Um dos mais significativos representantes do iluminismo francês, Voltaire era filho de família abastada e estudou em escola jesuíta, onde a maioria dos alunos pertencia à nobreza. A partir de 1712 Voltaire começou a ser admirado pela sociedade parisiense por sua inteligência e capacidade de fazer versos e entreter as pessoas. Em 1717, foi encarcerado na Bastilha (uma fortaleza-prisão construída por Carlos V, entre 1369 e 1382, que foi o símbolo do despotismo em 1789) por ter escrito versos que criticavam o governo. Durante os 11 meses em que permaneceu preso, escreveu a peça Édipo, que obteve destaque em 1718 e fez dele o maior dramaturgo francês de sua época. Voltaire escreveu mais de 50 peças, sempre carregadas de crítica moral, sátira social, ataque aos costumes, às leis e às instituições. De 1726 a 1729, viveu na Inglaterra, onde conheceu os escritores Alexander Pope e Jonathan Swift e ficou atraído pelas idéias do filósofo John Locke e do cientista Isaac Newton. Em 1729, retornou à França e publicou várias obras, sendo as mais importantes a História de Carlos XII (1731) e Zaíra (1732), sua peça mais famosa. Em 1734 foi lançado na França seu livro Cartas Filosóficas, de louvor aos costumes, às instituições e ao estilo de pensamento ingleses. Pelas críticas indiretas aos franceses, as autoridades condenaram o livro e Voltaire fugiu de Paris. De 1734 a 1749, refugiou-se no castelo da marquesa de Châtelet, na região de Lorraine, na França. Durante esse período, escreveu várias peças, um ensaio sobre metafísica, duas obras sobre Isaac Newton e alguns poemas e duas fábulas filosóficas. Em 1749 o filósofo fixou-se em Berlim e três anos depois transferiu-se para as proximidades de Genebra no castelo Les Délices (As Delícias), que atualmente é o Museu e Instituto Voltaire. Em 1758, Voltaire mudou-se para a cidade de Ferney, na fronteira entre a França e a Suíça, onde viveu até pouco antes de sua morte. Ali, elaborou o Dicionário Filosófico (1764) e terminou a História Universal, também chamada de Ensaio sobre os Costumes e o Espírito das Nações (1759-1766). Aos 83 anos, voltou para Paris, onde sua última peça, Irene (1778), obteve grande sucesso. Em decorrência de alguns problemas de saúde agravados com a viagem, faleceu em 1778. A Igreja Católica, devido às diversas críticas desferidas à instituição pelo filósofo, impediu que Voltaire fosse enterrado em qualquer cemitério. Seu corpo foi levado para uma abadia na região de Champagne. Em 1791, seus restos mortais foram transferidos para o Panteão, em Paris, onde se encontram enterradas muitas das celebridades da França.
Montesquieu nasceu numa família nobre francesa. Estudou numa escola religiosa de oratória. Após concluir a educação básica, foi estudar na Universidade de Bordeaux e depois em Paris. Nestas instituições teve contato com vários intelectuais franceses, principalmente, com aqueles que criticavam a monarquia absolutista. Com a morte do pai em 1714, retornou para a cidade de Bordeaux, tornando-se conselheiro do Parlamento da cidade. Nesta fase,viveu sob a protecção de seu tio, o barão de Montesquieu. Com a morte do tio, Montesquieu assume o título de barão, a fortuna e o cargo de presidente do Parlamento de Bordeaux. Em 1715, Montesquieu casou-se com Jeanne Lartigue. Tornou-se membro da Academia de Ciências de Bordeaux e, nesta fase, desenvolveu vários estudos sobre ciências. Porém, após alguns anos nesta vida, cansou-se, vendeu seu título e resolveu viajar pela Europa. Nas viagens começou a observar o funcionamento da sociedade, os costumes e as relações sociais e políticas. Entre as décadas de 1720 e 1740, desenvolveu seus grandes trabalhos sobre política, principalmente, criticando o governo absolutista e propondo um novo modelo de governo. Em 1729, enquanto estava em viagem pela Inglaterra, foi eleito membro da Royal Society. Montesquieu morreu em 10 de fevereiro de 1755, na cidade de Paris.
Este genial autodidata, conhecido como "Le Douanier", foi o único pintor de estilo naïf que conseguiu exercer influência sobre estilos posteriores, como o surrealismo e o simbolismo. Sua obra foi objeto, a princípio, de escárnio generalizado, devido ao estilo infantil e ingênuo. No entanto, Rousseau manteve presença constante no Salon des Indépendents, exposição fundada em 1884 e que não estava sujeita ao julgamento de um júri. Pintava de modo intuitivo, sem preocupações teóricas, movido apenas por um objetivo concreto: reproduzir na tela a realidade circundante com a maior fidelidade possível. Renunciou, contudo, à perspectiva linear da arte clássica, que não dominava completamente, e conferiu à realidade uma aparência onírica. Funcionário da alfândega em Paris, Rousseau aposentou-se aos 49 anos para poder consagrar sua velhice à pintura. Pintou nessa fase, que se prolongou até o final do século XIX, obras como Uma Tarde de Carnaval (1886), Eu Mesmo, Paisagem-Retrato (1890) e A Guerra, tema pouco comum na trajetória de "Le Douanier" e que despertou o interesse do público. Com suas pinturas inspiradas na selva, entre as quais O Lobo Faminto (1904), apresentada no Salão de Outono de Paris em 1905, alcançou o reconhecimento. Outras de suas obras principais são A Cigana Adormecida (1905), A Encantadora de Serpentes e O Sonho (1910).